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Reinvenção das bancas permite futuro do negócio nas cidades

A tecnologia transformou de modo definitivo diversos costumes que a sociedade contemporânea carregou por anos. Este movimento fez com que os jornais e revistas sofressem diretamente com a diminuição do interesse do consumidor em adquirir o produto físico nas bancas espalhadas pelo país e também ao redor do mundo.

O reflexo do comportamento do brasileiro impactou diretamente não somente as mídias jornalísticas, que começaram a passar por diversas estruturações e adaptações para o ambiente digital, ou mesmo descontinuação dos projetos executados, por falta de lucro, mas como também nas bancas de jornais, que também tiveram de se reinventar.

De acordo com o levantamento do site Meio e Mensagem, as mais de 3,1 mil bancas de jornais espalhadas pela cidade de São Paulo, se tornaram cerca de 2,2 mil, após a pandemia, que se apresentou como outro catalisador do processo de aceleração digital do consumidor com suas notícias de interesse e lazer.

Diante deste cenário, as bancas se tornaram centros de conveniência para os cidadãos que estão localizados em pontos de grande fluxo nas grandes cidades. Os jornais e revistas, que antes eram os personagens principais destes espaços, hoje ainda aparecem, mas em menor escala e são muitas vezes ofuscados pelos diversos produtos ofertados pelos donos das bancas.

Guarda-chuvas, doces, bebidas, produtos para celular e figurinhas são alguns dos poucos exemplos que são possíveis de se encontrar em uma banca tradicional de uma grande metrópole, e este movimento, hoje consolidado, deve permanecer da mesma forma por alguns anos, afinal, o sustento e o lucro destes lojistas está ligado diretamente a venda destes produtos que anos atrás não eram usualmente vistos nas bancas.

Essa reinvenção das bancas de jornais, também aposta na compra casada, pois ao oferecer recargas de telefones, de bilhetes de transporte e de outros tipos de entretenimento, como Netflix e Spotify, dentro de uma maquininha, proporciona a possibilidade de vender um outro produto em seu estabelecimento.

O mundo está em constante mudança e evolução. Hoje o Brasil conta com mais celulares do que habitantes, segundo estudo da FGV. São cerca de 242 milhões de smartphones para 214 milhões de habitantes e todo este movimento representa não somente a queda no interesse por revistas e jornais físicos, mas também o volume de disseminação de informação por meio destes aparelhos e o aumento das assinaturas digitais, que por vezes são mais rentáveis do que comprar apenas um jornal.

No fim, todo negócio é sobre se reinventar e adaptar-se às situações não esperadas. As bancas não acabarão em um futuro próximo, mas a continuidade das mesmas, que um dia foram símbolo do consumo de informação e notícias, passarão constantemente pela necessidade de superar as adversidades, e entender as vontades do consumidor moderno.

*Por Rogério Albuquerque, head de produtos da Card

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