Temporais acendem alerta para a importância da drenagem urbana
O engenheiro Marcos Franco, citou um sistema tecnológico e moderno de drenagem urbana sustentável, que permite economias significativas nas obras, além de três vezes mais vida útil quando comparado a soluções convencionais
Tempo de chuva chegando, e para muitas cidades um dos problemas urbanos mais comuns e que trazem grandes prejuízos econômicos e sociais às pessoas, são as enchentes e inundações nas cidades brasileiras. Nos últimos meses, por exemplo, Brasília DF, que está localizado na região Centro-Oeste do País, teve casas derrubadas, ruas alagadas e voos cancelados devido às consequências do tempo chuvoso na capital.
Um caso recente, aconteceu em novembro deste ano, e deixou motoristas ilhados, na altura da via S3, embaixo do viaduto da L2 Sul, em Brasília DF. Ao todo, seis veículos ficaram presos na inundação, e dez pessoas que estavam dentro dos automóveis foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros. Já em Ceilândia, no Setor O, localizado na região administrativa da cidade, no Distrito Federal, diversas casas foram inundadas e, em uma delas, o Corpo de Bombeiros precisou fazer um buraco no muro para escoar a água.
De acordo com o gerente do Departamento do Meio Ambiente (Cimehgo), André Amorim, nos últimos dez anos, houve um aumento na intensidade das chuvas, e como as cidades nem sempre tem drenagem urbana eficaz, isso acaba ocasionando diversos problemas. “Hoje, 25 milímetros de chuva em menos de uma hora é suficiente para causar alagamento e enchentes na zona urbana, devido a quantidade de asfalto, resíduos sólidos, e até drenagem insuficiente. Todos esses fatores levam a diversos alagamentos, enchentes, proliferação de doenças, erosão do solo e vários outros problemas que podem levar a tragédias”, disse.
A urbanização das cidades corresponde ao processo de transformação dos espaços rurais em espaços urbanos. Basicamente, a urbanização representa a modernização da sociedade como um todo e, com ela, criam-se alguns problemas em relação ao ciclo hidrológico do meio ambiente e a drenagem de águas pluviais. Esses problemas são decorrentes da forte alteração do meio causada pelas construções concentradas em um espaço pequeno. Problemas como impermeabilização do solo, desmatamento da vegetação natural, ocupação de várzeas, erosão e assoreamento de rios são muito comuns no meio urbano
Essa tem sido uma preocupação de todos os operadores do planejamento urbano, tanto na esfera pública quanto privada. Segundo Marcos Franco, engenheiro da Plano Urbano e responsável pelo bairro planejado Reserva do Vale, em Valparaíso de Goiás, esse planejamento de drenagem urbana é fundamental para fazer a contenção e evitar estragos causados pelos temporais. “O primeiro passo, quando iniciamos o projeto, foi pensar em tecnologias e técnicas que favorecem uma urbanização sustentável, que resolvam os problemas de forma geral. Para que daqui 10 ou 15 anos, não tenhamos esses problemas, causados por falta de planejamento e drenagem urbana bem estruturada”, explicou.
Ele ainda cita, como exemplo, algumas medidas tomadas no bairro planejado Reserva do Vale, que está sendo implantado em um área de dois milhões de metros quadrados em Valparaíso de Goiás. A obra está em fase de execução do projeto de drenagem urbana, que envolveu uma série de medidas, como o replantio de 20 mil mudas para recompor as margens do córrego Maurício e Manoel que passa pela área do empreendimento.
O engenheiro, Marcos Franco, ainda citou que é importante preservar as margens dos rios, para evitar problemas relacionados com a erosão fluvial, alargamento do leito dos cursos d’água, contenção de enchentes e a diminuição do assoreamento hídrico” , disse
“Quando o córrego recebe a capacidade correta de água pluviais, as matas não são danificadas, mas, a partir do momento que a quantidade de água aumenta mais do que a capacidade, as matas pluviais sofrem degradação e erosão. Por isso, é necessário ter um dimensionamento adequado do volume de água que o córrego pode receber”, explicou.
Dos mais de dois milhões de metros quadrados que integram o projeto, cerca 500.000 mil metros quadrados (m²) são de área verde, fora a Área de Preservação Permanente (APP) de 600 metros quadrados que também faz parte do bairro. “Toda essa mata nativa além de ser uma barreira de segurança natural é um pulmão verde e espaço de contemplação ao mesmo tempo. Sem falar que as árvores também amenizam a temperatura e são terapêuticas”, explicou Marcos Franco.
Outra alternativa usada foi a troca da tradicional manilha usada há muitos anos, que contém cerca de 850 quilos, com aproximadamente 25 anos de vida útil, pelos tubos de polietileno de alta densidade, (PEAD). Além de possuir 75 anos de vida útil, pesa apenas 40 kg, ou seja, 3% do peso da manilha tradicional.
Esse novo sistema tecnológico e moderno de drenagem urbana sustentável, permite economias significativas nas obras, além de três vezes mais vida útil quando comparado a soluções convencionais como o sistema de concreto. Além disso, o PEAD, tem maior facilidade de instalação que possibilita diminuir pela metade o tempo programado de uma obra.
Reserva do Vale
Com 56 alqueires de área, o que corresponde a 6,5 quilômetros lineares e uma área de aproximadamente 2,35 milhões de (m²) de extensão, o Reserva do Vale Bairro Parque fica na região sul da cidade de Valparaíso de Goiás, com acesso privilegiado pela BR-040. No espaço, serão construídos condomínios horizontais, parques, áreas comerciais, espaços de conexão e integração para diversos segmentos, tais como hub de esportes, saúde e educação, entre outros serviços. Dois condomínios horizontais,já foram lançados e estão sendo entregues.