Brasil

Medicamentos terão aumento de até 5,06% a partir de segunda-feira (31/3)

A partir da próxima segunda-feira (31/3), os preços dos medicamentos em todo o Brasil ficarão mais caros. Estimativa baseada na fórmula de cálculo elaborada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) indica reajuste de até 5,06%. O percentual, que serve como teto para as farmacêuticas, corresponde à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro.
O reajuste médio, porém, deverá ser menor, ficando em 3,48%, o menor patamar desde 2018. Os números de 2025 serão divulgados pela Cmed, que é o órgão responsável pela regulamentação de preços.
Cálculo
O percentual de reajuste anual é calculado com base na inflação, da qual é descontada a produtividade da indústria farmacêutica e à qual são somados os custos de produção não captados pelo IPCA, como variação cambial, tarifas de energia elétrica e variação de preços de insumos. O cálculo considera ainda três faixas de ajuste, de acordo com os níveis de concentração de mercado – do mais competitivo à menor concorrência.
Embora o novo reajuste passe a valer a partir de 31 de março, não significa que todos os medicamentos terão aumento imediato. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) afirma que a grande concorrência entre as empresas do setor farmacêutico regula e segura os preços dos medicamentos.
Segundo o sindicato, os fabricantes e farmácias podem optar por repassar os aumentos de forma gradual ou absorver parte dos custos. Além disso, medicamentos com o mesmo princípio ativo e para o mesmo tipo de tratamento são vendidos por diferentes empresas e em milhares de pontos de venda, o que favorece a concorrência e pode segurar os preços.
A saída é pesquisar
Para quem depende de medicamentos de uso contínuo, a recomendação é pesquisar preços e aproveitar promoções para minimizar o impacto do reajuste. Além disso, programas de desconto oferecidos por laboratórios e farmácias podem ajudar a minimizar o impacto no bolso.
Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, afirma que, dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais, aumentos podem demorar meses ou até nem acontecer. Ele lembra que o setor farmacêutico é o único segmento de bens de consumo da economia brasileira submetido ao controle de preços. As indústrias farmacêuticas estão autorizadas a reajustar os preços de seus produtos somente uma vez por ano.
Em nota, o Sindusfarma diz que, no marco do atual modelo de controle de preços de medicamentos, “as empresas do setor têm notórias dificuldades para equilibrar suas contas. Na série histórica, o reajuste acumulado de preços de medicamentos está abaixo da inflação geral (IPCA)”.
(Agência Estado)

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