Instituição do voto feminino completa 92 anos
Por muitos anos, as mulheres não podiam participar do processo democrático. Somente em 1932, após uma série de lutas e reivindicações, o Código Eleitoral passou a assegurar o voto feminino.
Dia 3 de novembro é celebrado o Dia da Instituição do Direito de Voto da Mulher, que neste ano completa 92 anos. A data foi criada em 1930 e a mudança foi aprovada no Senado. Porém, o voto só foi reconhecido em 1932 e incorporado à Constituição em 1934.
Até 1965, no entanto, o voto feminino era facultativo e só a partir daquele ano foi equiparado, de fato, ao voto masculino.
Atualmente, as mulheres representam a maioria dos eleitores brasileiros: dos 156.454.011 eleitores, 82.373.164 são mulheres, ou seja, 52% do eleitorado brasileiro. Porém, a representação política feminina ainda é tímida.
História
A luta das mulheres brasileiras pelo direito ao voto teve início em 1891, quando foi rejeitada proposta de emenda à Constituição prevendo o direito de voto à mulher, mas, em 24 de fevereiro de 1932, o voto feminino no Brasil foi assegurado. Em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, a mulher brasileira, pela primeira vez, votou e foi votada em âmbito nacional. Com a Constituição de 1934, o voto feminino ganhou bases constitucionais.
A revolução se deu graças às sufragistas, mulheres brancas e negras, ricas e pobres que se uniram em prol de um objetivo: conquistar o direitos que lhes eram cabidos, inclusive o de votar e ser votada. O dia 03 de novembro relembra essa luta e tem o intuito de valorizar esse movimento de protagonismo feminino tão importante para a igualdade social e política no Brasil.
Mas o caminho a seguir ainda é longo. Apesar de a maior parte do eleitorado brasileiro ser mulher, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ocupa a nona posição, entre onze países latino americanos, no que diz respeito à participação política feminina. O Mapa da Política de 2019, elaborado pela Procuradoria da Mulher no Senado, corrobora esse índice: dos 70 mil cargos eletivos, apenas 12,3% é ocupado por alguém do gênero feminino.