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Empresa histórica de Joinville, Minancora se reinventa aos 108 anos de olho em público jovem

Marca emblemática do potinho laranja quer vender para todos os públicos

Empresa histórica de Joinville, a Minancora completou 108 anos neste 2023 com novo objetivo pela frente: atingir o público mais jovem. Com uma nova gama de produtos e presença nas redes sociais, a marca do emblemático potinho laranja pretende mostrar que a pomada não é apenas item para população mais velha.

Para isso, a centenária colocou no mercado uma nova linha antiacne e tem investido em estratégias de marketing e propaganda por parte de influenciadores digitais, além de produzir conteúdo para o TikTok e oferecer a opção de compras pela internet.
Minancora investe em nova linha de produtos para atrair público jovem (Cleber Gomes/Arquivo AN)

Segundo a presidente da marca e bisneta do fundador, Lourdes Maria Duarte, a Minancora passou por modernização nas cores e também redesign na aparência dos novos produtos.

— A ideia é consolidar a marca centenária entre os mais jovens – focando na tradição passada de geração em geração — diz Lourdes Maria.

Mudanças ao longo do tempo

Recorte de propaganda que a Minancora fez na versão impressa do jornal A Notícia (Foto: Arquivo AN)
Recorte de propaganda que a Minancora fez na versão impressa do jornal A Notícia (Foto: Arquivo AN)

Da Primeira Guerra Mundial a morte da Rainha Elizabeth, a Minancora presenciou diversos acontecimentos históricos e, há 108 anos, está presente nas prateleiras dos brasileiros. Presente em todas as regiões do país, a joinvilense sempre buscou inovar e ocupar locais com a presença do grande público.

Mudanças da embalagem da Minancora ao longo dos 108 anos de história (Foto: Divulgação)
Mudanças da embalagem da Minancora ao longo dos 108 anos de história (Foto: Divulgação)

Mais recentemente, houve atualização do logotipo, primeira vez da história da empresa em que a imagem da deusa Minerva foi alterada. Segundo Lourdes, o desenho na embalagem é uma mistura da deusa da sabedoria com a palavra “âncora”, que é uma alusão à decisão do inventor do produto de permanecer no Brasil.

— A empresa também tem buscado se atualizar em conformidade com os princípios ESG, adotando práticas responsáveis nas áreas ambientais, sociais e de governança corporativa e investindo com critérios de sustentabilidade — destaca a presidente da marca.

Histórico

Tudo começou em 1912, quando o farmacêutico português Eduardo Augusto Gonçalves desembarcou no Brasil, com o objetivo de criar um medicamento revolucionário com a fórmula que ele criara ainda em Portugal, trazendo a mistura gravada apenas na memória. Depois de desbravar a diversidade da flora brasileira, Eduardo encontrou os melhores insumos para produzir o produto que tanto desejava.

Imagem do prédio da Minancora na Rua do Príncipe em 1935 (Foto: Arquivo Histórico de Joinville)
Imagem do prédio da Minancora na Rua do Príncipe em 1935 (Foto: Arquivo Histórico de Joinville)

Ainda em 1915, a fórmula da Minancora foi registrada no Departamento Nacional de Saúde Pública e, a partir daí, começou a ser distribuída por todo o Brasil. Nesta época, a pomada era produzida na sede da empresa, localizada na Rua do Príncipe, inaugurada nos anos 1920 em um dos pontos mais tradicionais de Joinville. Antes disso, Gonçalves trabalhou na farmácia Doelith.

A fabricação da pomada antisséptica começou com o apoio da esposa Adelina, que cuidava da fabricação artesanal dos produtos enquanto o marido viajava pelo país para vender os medicamentos de sua autoria, como o Xarope Doméstico, o Lombrigueiras e o Remédio Minâncora contra a Embriaguez.

Conforme reportagem publicada no AN em 2014, além da produção de remédios, o local também servia de residência da família. Com a morte de Eduardo, em 1977, sua filha Lady Gonçalves Dória assumiu a presidência da empresa. Hoje, os negócios são comandados pela bisneta do português, Lourdes Maria Dória.

Em 1994, a sede industrial foi levada para Pirabeiraba, onde funciona até hoje. Durante os anos 2000, a farmácia deixa de funcionar na emblemática esquina joinvilense. O fechamento foi motivada pela concorrência com grandes redes farmacêuticas, que inviabilizaram a continuidade da única loja.

Farmácia, localizada na Rua do Príncipe, foi fechada nos anos 2000 (Foto: Diorgenes Pandini/Arquivo AN)
Farmácia, localizada na Rua do Príncipe, foi fechada nos anos 2000 (Foto: Diorgenes Pandini/Arquivo AN)

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