Debate Band: Encontro é marcado por tensão dentro e fora do estúdio
Promovido pelo UOL, Folha de S.Paulo, Band e TV Cultura, o debate reuniu os candidatos mais bem colocados nas pesquisas: Lula, Bolsonaro, Ciro, Tebet, Soraya e D’Avila.
O Debate na Band teve alto desempenho de audiência neste domingo (28). O programa atingiu a liderança e chegou a superar a Globo, que estava exibindo o Fantástico no momento.
Além disso, os números prévios mostram que a atração mais que dobrou os resultados do encontro entre os presidenciáveis de 2018.
O assunto mais falado durante as quase três horas de debate foi a corrupção. Já na primeira pergunta, Bolsonaro questionou Lula sobre os escândalos na Petrobras revelados pela Operação Lava Jato. “Quer voltar ao poder pra continuar fazendo a mesma coisa?”, indagou o atual mandatário. Ao que Lula respondeu listando as medidas anti-corrupção dos governos petistas
Ciro Gomes também aproveitou para criticar Lula no tema. Questionado sobre a cooperação no campo político da esquerda, o pedetista afirmou que se distanciou de Lula porque o ex-presidente “deixou-se corromper”. Apesar de atacado, Lula também usou o assunto da corrupção para atacar o atual chefe do Executivo.
O petista pediu para a candidata e senadora Simone Tebet comentar sobre a corrupção na compra das vacinas de Covid. “Quero sim confirmar, eu vi: houve corrupção. Tentativa de comprar vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí”, afirmou a candidata. A senadora disse, ainda, que o contrato da Covaxin foi o “mais escabroso” e que o governo tentou pagar 45 milhões de dólares antecipadamente pelo produto. “Mas a corrupção não começou nesse governo. A corrupção é fruto de governos passados. E a corrupção mata”, cutucou Tebet.
Corrupção, miséria e pandemia foram temas importantes no no primeiro debate entre os presidenciáveis. Em vários momentos, esses assuntos foram marcados pela polarização entre os candidatos Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um dos momentos tensos ocorreu quando o petista perguntou à senadora Simone Tebet (MDB), integrante da CPI da Covid, se houve corrupção no enfrentamento à pandemia e negligência por parte do governo Bolsonaro. Na resposta, a candidata disse que o presidente da República “negou vacina, atrasou 45 dias, muitas pessoas poderiam estar entre nós e não estão por culpa da insensibilidade de um governo que não coloca vacina no braço do povo brasileiro”.
E arrematou: “Eu confirmo que houve corrupção. Houve tentativa de comprar vacinas superfaturadas”, afirmou a candidata sobre o caso Covaxim — vacina indiana não aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cuja compra geraria um rombo de R$ 1,6 bilhão ao Ministério da Saúde.
O corte de gastos públicos foi a tônica do discurso de Felipe D’Avila. “É preciso cortar desperdício da máquina pública”, disse.
A continuação do pagamento do Auxílio Brasil também foi abordada. Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a medida já é discutida com a equipe econômica e que, caso seja reeleito, o benefício continuará a ser pago.