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Após operação do MPGO, Câmara de Valparaíso antecipa recesso parlamentar

Realizada no início da semana, a operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) causou uma reviravolta no Legislativo municipal. O atual presidente da Casa de Leis, Alceu Gomes (UB), um dos investigados, junto a outros vereadores, resolveu subitamente antecipar o recesso legislativo, que seria apenas em 15 de dezembro

A ação do MPGO, batizada de Operação Má Influência, envolveu a Câmara Municipal e residências de Alceu e de dois ex-presidentes da Casa. Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, o vereador Tião da Padaria (MDB) informa que foram recolhidos, na operação, documentos relacionados a denúncias de corrupção e falta de transparência. E revela: “Ontem, fomos convocados para uma reunião às 16h, mas, antes disso, houve um encontro reservado entre o presidente, o vice-presidente e sete vereadores, que decidiram encerrar as sessões legislativas do ano sem consulta aos demais”.

Decisão polêmica

De acordo com Tião, o presidente da Câmara, Alceu Gomes, colocou em votação o encerramento das atividades de 2024 de forma arbitrária. “Sem justificativa plausível, ignoraram os trabalhos pendentes, como a aprovação da ata da última sessão e outros projetos em tramitação. Não houve sessão formal para deliberar sobre o recesso. Nós, vereadores Cláudia Aguiar (PSDB), Zequinha (PL) e eu, nos posicionamos contra. Ainda há trabalhos importantes a serem concluídos”, pontua.

Durante a conversa com o Jornal Opção Entorno, Tião relatou que, enquanto atendia a ligação da reportagem no plenário, Alceu entrou no local e, aos gritos, afirmou que não haveria mais sessões. “Isso só reforça a falta de diálogo e de respeito com os vereadores e a população. É uma situação lamentável”, desabafou.

Além disso, a Câmara estava, segundo ele, sem energia elétrica, o que também teria prejudicado o andamento das atividades: “Chegamos aqui e não havia luz. Isso compromete o trabalho dos servidores e o funcionamento do Legislativo. Parece até proposital, para dificultar as coisas”.

Impacto negativo

Tião da Padaria: “Afronta à democracia” (Foto: Divulgação)

O parlamentar criticou a antecipação do recesso, destacando que o período deveria começar apenas no dia 15 de dezembro, com pelo menos três sessões ainda previstas. “Encerrar os trabalhos dessa forma é uma afronta à democracia. O Legislativo é a voz do povo e estamos terminando o ano de maneira trágica. A população e os servidores merecem respeito”, asseverou.

Ele também alertou sobre as possíveis consequências da atitude do presidente. “Alceu está exorbitando de suas funções. No mínimo, ele deveria ser afastado pela Justiça, para que o vice-presidente assumisse e concluíssemos o ano legislativo de forma correta”, frisou.

Tião da Padaria reforçou seu compromisso com o mandato e pediu providências. “Meu gabinete está funcionando normalmente. Espero que o presidente convoque uma sessão extraordinária para votarmos os projetos e encerrarmos o ano com seriedade. A comunidade precisa de respostas, e o Legislativo deve cumprir seu papel até o último dia”, reiterou.

A reportagem procurou Alceu Gomes e o vereador Zequinha para comentar o caso, mas ambos não atenderam ou retornaram as ligações. O espaço segue aberto, caso eles ou outros vereadores queiram se manifestar.

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